segunda-feira, 5 de maio de 2014

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BIOMA

Bioma é um conjunto de diferentes ecossistemas, que possuem certo nível de homogeneidade. São as comunidades biológicas, ou seja, as populações de organismos da fauna e da flora interagindo entre si e interagindo também com o ambiente físico chamadobiótopo.
O termo "Bioma" (bios, vida, e oma, massa ou grupo) foi utilizado pela primeira vez em 1943 por Frederic Edward Clements1 definindo-o como uma unidade biológica ou espaço geográfico cujas características específicas são definidas pelo macroclima, a fitofisionomia, o solo e a altitude. Podem, em alguns casos, ser caracterizados de acordo com a existência ou não de fogo natural. Com o passar dos anos, a definição do que é um bioma passou a variar de autor para autor.2

Pantanal

BO Pantanal é o bioma mais bem conservado do país. Levantamento recente de um grupo de organizações não-governamentais apontou que perto de 15% de sua vegetação foi removida ou degradada, mas restam 85% de mata intacta. O dado foi um dos resultados do mapeamento da bacia do Alto Paraguai, onde está localizada a planície pantaneira, efetuado em 2009 pela Avina, Conservação Internacional, Ecoa, SOS Mata Atlântica e WWF-Brasil.
Seu solo pobre e as cheias anuais prestam ajuda preciosa ao bioma, visto que o tornam pouco propício à agricultura comercial e à ocupação por grandes contingentes humanos.
Uma das maiores áreas alagadas do planeta, o Pantanal possui cerca de 140 mil quilômetros quadrados distribuídos em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Mais 80 mil quilômetros quadrados do bioma espalham-se por Bolívia e Paraguai.
Foi reconhecido como Patrimônio Nacional pela Constituição de 1988, como Área Úmida de Importância Internacional pela Convenção Ramsar da ONU e recebeu da Unesco o título de Patrimônio Natural da Humanidade e Reserva da Biosfera.
De acordo com o estudo “Áreas prioritárias para a conservação, uso sustentável e repartição de benefícios da biodiversidade brasileira”, publicado em 2007 pelo Ministério do Meio Ambiente, a diversidade de espécies é mais alta na porção sul que na porção norte do Pantanal. Como tem à sua volta a vizinhança de três biomas, a vegetação pantaneira mescla influências do Cerrado, da Amazônia, e da Mata Atlântica.
Ocorrem no bioma, segundo o trabalho, cerca de 124 espécies de mamíferos. Habitam-no as maiores populações conhecidas no Brasil de veado-campeiro, cervo-do-pantanal, onça-pintada e ariranha. Das 463 aves (araras, tuiuiús, emas, seriemas, garças e colhereiros, entre outras, 117 estão em listas de espécies ameaçadas de extinção e 130 são migratórias, provenientes da Mata Atlântica, da região Sul e do hemisfério Norte. Já foram identificadas, ainda, 41 espécies de anfíbios, 177 de répteis (cobras e jacarés aos montes) e mais de 260 espécies de peixes.
Há cerca de três séculos, a pecuária extensiva é uma de suas principais atividades econômicas. Ela tem convivido bem com o ambiente local e os ciclos periódicos de cheias e secas. Em vez de desmatar a flora para implantar pastagens com capim exótico, o pecuarista solta o gado para pastar na vegetação nativa.
Embora seja menos rentável que o das áreas de Cerradona parte mais alta da bacia do Alto Paraguai, o sistema de criação extensiva no Pantanal é visto por ambientalistas e pesquisadores como alternativa econômica sustentável na região, ao lado do turismo de observação.
O problema é que, na lógica econômica convencional, a pecuária pantaneira sai perdendo em decorrência das limitações da natureza do bioma, que diminuem sua produtividade. Em outras palavras, consegue-se mais carne do gado criado no Cerradodo que no rebanho do Pantanal.
Face à descapitalização das fazendas, vários pecuaristas diversificaram sua atividade, passando a receber turistas ávidos em conhecer a fauna típica do bioma.

Mas o bioma não está livre de ameaças. Estradas mal planejadas, esgoto e atividades como mineração, agricultura e pecuária intensiva, quando não respeitam a legislação ambiental, vêm causando a degradação do solo e dos rios na região do planalto na bacia do Alto Paraguai. É nessa área da bacia que nascem os principais rios do Pantanal. Há, também, uma grande preocupação com a construção de dezenas de hidrelétricas nos afluentes do rio Paraguai, que é a espinha dorsal do sistema pantaneiro.
Quase 60% da vegetação de cerrado na região de planalto na bacia do Alto Paraguai, já foi retirada ou degradada, segundo o mapeamento das ONGs. A erosão toma conta de várias cabeceiras de rios como o Paraguai, o Taquari, o Cuiabá, o Sepotuba e o Cabaçal. Por conta da erosão, milhões de toneladas de terra são levados aos rios com as chuvas e descem à planície pantaneira formando bancos de areia e alagamentos permanentes onde antes as inundações eram temporárias.
Não é um problema trivial. O chamado pulso de inundação é o coração do sistema pantaneiro. Entre novembro e abril, as chuvas caem no planalto, enchendo os rios. Lentamente, as águas descem, levando nutrientes e matéria orgânica para a planície, que começa a esvaziar a partir de maio.
Assim, o solo tem sua fertilidade renovada com restos de animais e vegetais, húmus e sementes trazidos pelos rios. Ressurgem lagoas, vazantes e corixos que retêm milhares de peixes, proporcionando alimento farto para aves e animais, como a ariranha e o jacaré. Quando as águas declinam a seu ponto mais baixo, peixes como dourado, pacu e traíra podem ser pegos com as mãos nas lagoas.
Alterações nesse ciclo de cheias e secas poderão prejudicar a ecologia pantaneira, colocando em risco a sobrevivência de animais e plantas e a prática da pecuária extensiva nas pastagens nativas. Quanto melhor conservados o planalto e a planície, mais prevenido estará o bioma para atenuar os impactos das mudanças climáticas.
Um dos modelos climáticos analisados pelos meteorologistas aponta para a ocorrência de chuvas cada vez mais intensas nas cabeceiras dos rios tributários do Paraguai. Se essas regiões estiverem desmatadas (como hoje) e repletas de voçorocas e pontos de erosão, enxurradas levarão cada vez mais terra para a planície. Além disso, a água não será absorvida nas áreas de nascentes, prejudicando a regularidade no fluxo de água para os rios.
Apesar de ter sido agraciado com títulos nacionais e internacionais, o Pantanal possui somente 2,5% de seu território protegido por unidades de conservação (UCs), distante da meta assumida pelo governo brasileiro junto à Convenção sobre Diversidade Biológica de proteger pelo menos 10% do bioma.

A mobilização pela conservação do Pantanal é mais intensa no Mato Grosso do Sul, que detém 65% do bioma. No Estado, já foram criadas 25 Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) federais e estaduais nas duas últimas décadas, de acordo com a Associação de Proprietários de Reservas Particulares de Mato Grosso do Sul (Repams). A maioria dessas RPPNs situa-se no interior dos limites do bioma Pantanal.
Quatro dessas RPPNs foram criadas no entorno do Parque Nacional do Pantanal Matogrossense pela fundação Ecotrópica, que comprou fazendas de particulares com recursos de doações.
Apenas atividades de educação ambiental e ecoturismo podem ser realizadas numa RPPN. Em troca, ele é isento do pagamento do Imposto Territorial Rural (ITR) relativo à área da reserva. Na área da pesquisa, a Embrapa Pantanal, de Corumbá (MT), desenvolve várias estudos para melhorar a genética do gado pantaneiro, de modo que isso possa aumentar o preço do animal, melhorando a renda do pecuarista, e encontrar alternativas econômicas sustentáveis, como o uso de algas dos rios na produção de biocombustíveis.
Embora o planalto da bacia do Alto Paraguai seja estratégico para a conservação do bioma, há poucos projetos de recuperação ambiental na região, como o realizado em Reserva do Cabaçal, com apoio do WWF-Brasil. Há mais de dez anos um grupo de educadores da cidade realiza atividades para recuperar áreas desmatadas nas regiões atravessadas pelos afluentes do rio Cabaçal, com a finalidade de protegê-lo do acúmulo de terra em seu leito (assoreamento).
Em 2009, o grupo iniciou projeto em parceria com o WWF, a prefeitura local e as universidades estadual e federal do Mato Grosso para revitalizar o córrego Dracena, tributário do Cabaçal. Enquanto colhe dados sobre erosão, desmatamento e conservação no Dracena, o grupo já multiplica plantas nativas no viveiro florestal que foi implantado para fornecer mudas ao projeto.
Depois que os dados forem analisados, será iniciado um projeto de recuperação da área de nascentes do afluente para melhorar a qualidade de suas águas e recompor a mata ciliar, com benefícios diretos ao Cabaçal, que corre em direção ao Pantanal.